CONHEÇO O MEU LUGAR, OBRA PRIMA DO NOSSO GENIAL E ETERNO CANTOR E POETA. A MÚSICA ABORDA A DISCRIMINAÇÃO DO NORDESTINO E O PERÍODO MILITAR.
NESTA POSTAGEM VOU TRANSCREVER DUAS PASSAGENS DA MÚSICA QUE BELCHIOR FALA DA DISCRIMINAÇÃO E DO ORGULHO DE SER NORDESTINO.
"O QUE EU POSSO FAZER
UM SIMPLES CANTADOR DAS COISAS DO PORÃO?
DEUS FEZ OS CÃES DA RUA PARA MORDER VOCÊS
QUE SOB A LUZ DA LUA
OS TRATAM COMO GENTE - É CLARO! - AOS PONTAPÉS".
Nessa passagem Belchior deixa bem claro o tratamento ao chegar no Sudeste e as dificuldades que enfrentou, mesmo com grande talento, para conseguir seu espaço no meio artístico.
Ele fala que por não ser uma pessoa conhecida, "Um simples cantador das coisas do porão", ou por ser simplesmente mais um jovem nordestino, é discriminado, tratado com desprezo, como se fosse "cães de rua", "aos pontapés"
"NÃO! VOCÊ NÃO ME IMPEDIU DE SER FELIZ!
NUNCA JAMAIS BATEU A PORTA EM MEU NARIZ!
NINGUÉM É GENTE!
NORDESTE É UMA FICÇÃO! NORDESTE NUNCA HOUVE!
NÃO! EU NÃO SOU DO LUGAR DOS ESQUECIDOS!
NÃO SOU DA NAÇÃO DOS CONDENADOS!
NÃO SOU DO SERTÃO DOS OFENDIDOS!
VOCÊ SABE BEM:
CONHEÇO O MEU LUGAR"!
Nessa passagem Belchior deixou na entrelinhas que Euclides da Cunha estava certo: "O sertanejo é, antes de tudo, um forte". Apesar da discriminação conseguiu vencer os obstáculos sem precisar negar sua origem nordestina.
Sua Áurea nortista, forte, não deixou que as pessoas impedissem seu sucesso: "Nunca jamais bateu a porta em meu nariz!
Belchior fez questão de ratificar o orgulho de ser nordestino: "Eu não sou do lugar dos esquecidos"! "Condenados"! "Ofendidos"
"Conheço meu lugar"! Lógico, que está se referindo ao nordeste, sua terra, lugar de homens fortes.
EM OUTRA CANÇÃO, BELCHIOR FALA SOBRE O SOFRIMENTO QUE PASSOU EM SÃO PAULO:
"VELOSO, O SOL NÃO É TÃO BONITO PRA QUEM VEM DO NORTE E VAI VIVER NA RUA".
CLIK NO LINK, CONHEÇO O MEU LUGAR, OUÇA E PRESTE ATENÇÃO NA BELA LETRA DO NOSSO POETA BELCHIOR.
Passarinho preso canta ..canta preso passarinho mas nao e fe alegria e de saudade do ninho
ResponderExcluir“Era uma vez um homem e seu tempo... (Botas de sangue nas roupas de Lorca). Olho de frente a cara do presente e sei que vou ouvir a mesma história porca. Não há motivo para festa: ora esta! Eu não sei rir a toa!”
ResponderExcluirNeste verso Belchior faz alusão a um fato histórico – o assassinato de Frederico Garcia Lorca pelos nacionalistas ou falangistas que, vitoriosos deram a Francisco Franco as condições para conduzir uma ditadura fascista por 36 anos. Com este fato, Belchior faz uma analogia entre a ditadura franquista e a ditadura militar brasileira, ambas, segundo ele “histórias porcas”, no sentido de construírem mentiras para uma série de torturas, desaparecimentos e assassinatos.
Isto está explícito na música, porque não mencionar?
PARA NÃO EXTENDER MUITO O TEXTO.
ExcluirDIFÍCIL ABORDA EM POUCAS PALAVRAS PARA AS PESSOAS ENTENDEREM.
OBRIGADO JORGE!
ExcluirVOCÊ EXPLICOU DE FORMA BEM CLARA.
DEIXOU A POSTAGEM COMPLETA.
Pesquisei esse trecho para entender e não achei nada. Finalmente entendi. Valeu!!!
ExcluirEu estava buscando exatamente o significado das "roupas de Lorca". Obrigado ao autor pelo texto, e ao colega pelo comentário adicional.
ResponderExcluir