A questão fundiária no Brasil é secular. O latifúndio iniciou com a colonização e perpetua até hoje. A independência em 1822 não mudou o cenário. Os latifundiários assumiram o controle do poder e procuraram manter os seus privilégios alicerçados na posse da terra. Tanto que em 1950, decretaram a LEI DE TERRAS, CONHECIDA COMO LEI EUSÉBIO DE QUEIRÓS, dificultando o acesso a terra.
O advento da república, não foi acompanhado de transformações, mudanças. Os ex-escravos, imigrantes, pobres em geral, ficaram anos luz de conseguirem um pedaço de terra. Um dos motivos que desencadeou o Golpe Civil Militar (1964) foi a questão da reforma agrária defendida pelo governo Jango.
O LATIFÚNDIO MATA! COMO MATA! A história agrária brasileira é contextualizada por conflitos e banhos de sangue. Se fizermos um levantamento do número de mortos em consequência dos conflitos relacionados a questão da terra, como: Cabanagem, Balaiada, Revolta de Canudos, Contestado, chegaremos a um número assustador de 107 mil mortes só de camponeses. Tudo isso, sem contar com os assassinatos de sindicalistas, religiosos, comunidades indígenas e massacres de pessoas ligadas ao MST, como o que aconteceu em Eldorado dos Carajás em 1996. Podemos acrescentar a miséria, que mata, oriunda da vergonhosa concentração de terra.
O MASSACRE DO PARALELO ONZE (1963). HISTÓRIA ESQUECIDA NO TEMPO.
Homens se preparando para cortar ao meio uma mulher da etnia Cintas-Largas, em um território indígena, na região entre o Mato Grosso e Rondônia, em 1963. Essa imagem faz parte do vergonhoso episódio conhecido como Massacre do Paralelo Onze.
O Governo do Brasil desenvolveu políticas de ocupação do centro e norte do país, permitindo a expansão de fronteiras agrícolas, fato que consequentemente intensificou o processo de grilagem de terras, favorecendo o aumento de poder dos grandes latifundiários e incentivando um massacre.
Toda uma aldeia foi bombardeada com ajuda de aviões, em seguida, grupos armados por terra eliminaram os sobreviventes. Crianças foram covardemente assassinadas, pessoas foram mutiladas e mulheres foram estrupadas.
Nessa catástrofe, que envergonha nossa história, mais de 3.500 índios foram dizimados. A maioria envenenados por arsênico, colocado na comida de forma proposital, com ajuda de agentes do Estado.
De acordo nossa Constituição, a posse da terra tem que ter função social. Terra improdutiva dever ser desapropriada para fins de reforma agrária. Reforma agrária não é só distribuir terras, não é tão simples assim, é um empreendimento complexo que envolve muitos outros fatores.
Reforma agrária é uma necessidade histórica. Fixa o homem no campo, diminui o êxodo rural aliviando o inchaço urbano, fomenta o mercado interno, distribui renda, diminui a pobreza e a violência no campo. Não devemos criminalizar os movimentos sociais que buscam justiça social e corrigir erros históricos. Cometem erros? Logico! todas ações realizadas pelo ser humano são passivas de erros.
☠️☠️SANDRO LUCAS☠️☠️
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