
TRANSCREVO PARA ESTE BLOG O EDITORIAL DA VEJA DE 07 DE JANEIRO DE 1981, PORTANTO, ESCRITO HÁ TRINTA E SETE ANOS.
RIO DE JANEIRO VIVE UMA "GUERRA CIVIL"
“Ao abrir-se o ano de 1981, os brasileiros que vivem nas grandes cidades, sobretudo Rio de Janeiro e São Paulo, continuam tendo como sua preocupação número um, acima de quaisquer outras, a segurança (…) Certas áreas urbanas do Brasil já se encontram entre as piores do mundo em matéria de criminalidade, superando os mais notórios infernos sociais de que se tem notícia. Pouco a pouco, os hábitos da população vão se alterando em função da violência a que é diariamente submetida (…).Em nenhum lugar esta escandalosa tragédia brasileira é mais evidente do que no Rio de Janeiro e em suas franjas suburbanas. Não há nada que realmente possa equivaler ao que acontece ali todos os dias. Edifícios inteiros são assaltados. Roubam-se as pessoas dentro dos ônibus que circulam à luz do dia. Criminosos atacam automóveis que param nos sinais de tráfego, ferem e matam suas vítimas, ateiam fogo às suas casas. É raro, na zona sul do Rio, encontrar uma família ou roda de amigos que não tenha tido nenhum de seus membros assaltado. E, pairando sobre tudo, há a incomparável Baixada Fluminense – onde só em 1980 mais de 2.000 pessoas foram assassinadas; algo como uma a cada quatro horas.
É como se fosse uma guerra civil. Na verdade, um princípio de anarquia começa a tomar forma nestas áreas conflagradas, diante do silêncio do Estado. Jamais houve, no país, um problema de seguranças nacional mais genuíno que esse. Jamais tantas pessoas foram tão flagrantemente oprimidas em seus direitos mais fundamentais. Mas, em vez de estar entre as primeiras preocupações do poder, a questão, na prática, está entre as últimas. Após perder o controle sobre as ruas – são os criminosos hoje, que mandam nelas –, o Estado brasileiro parece conformar-se com isso. É uma das marcas mais deprimentes que o país tema exibir.”

Quando os militares desembarcaram no Rio de Janeiro para iniciarem a repressão com o objetivo de colocar "ordem na casa", muita gente comemorou. Ingenuidade ou ignorância? Podemos considerar as duas opções como resposta.
Achar que repressão armada, violência e intimidação são suficientes para resolverem o problema da violência no Rio ou no Brasil, só sendo ingênuo e ignorante. Se fizermos uma retrospectiva, notaremos que nossa História é caracteriza pela repressão e derramamento de sangue. Sangue dos excluídos e marginalizados.
A elite brasileira, sempre tentou resolver as consequências geradas pela criminosa concentração de renda através da repressão e violência. A questão social no Brasil sempre foi caso de polícia. Nunca foram tomadas medidas efetivas para acabar com a raíz do problema. Os escravos ganharam a liberdade e receberam como premio o abandono, os camponeses tiveram suas terras usurpadas pela grilhagem, os pobres das cidades foram expulsos, jogados nos guetos (favelas) sem nenhuma estruturas e apartados do meio considerado "civilizado". Diante deste contexto vergonhoso, foram estigmatizados de violentos, bandidos, marginais, maldosos, vagabundos.
O editoral da Veja foi escrito há 37 anos. Se mudarmos a data para o dia 01 de março de 2018 não será preciso mudar um vírgula. O texto é super atual, descreve de forma realista a realidade do Rio de Janeiro e do Brasil de hoje, do presente.
A NOSSA HISTORIA MOSTRA QUE A REPRESSÃO NÃO RESOLVE, É UM PALIATIVO. SÓ SERVE DE CORTINA DE FUMAÇA PARA CRIAR UMA FALSA SENSAÇÃO DE SEGURANÇA PARA UMA PARTE DA SOCIEDADE DITA "CIVILIZADA". SOMENTE A EDUCAÇÃO E A DISTRIBUIÇÃO DE RENDA SÃO CAPAZES DE TRANSFORMAR ESSA REALIDADE CAÓTICA QUE ESTAMOS VIVENDO.
A MALDADE NÃO É A PRINCIPAL CAUSA DA VIOLÊNCIA, E SIM, A POBREZA E A EXCLUSÃO ORIUNDAS DA PÉSSIMA DISTRIBUIÇÃO DAS NOSSAS RIQUEZAS. SÓ HÁ UM AGENTE TRANSFORMADOR, A PRÓPRIA SOCIEDADE.Achar que repressão armada, violência e intimidação são suficientes para resolverem o problema da violência no Rio ou no Brasil, só sendo ingênuo e ignorante. Se fizermos uma retrospectiva, notaremos que nossa História é caracteriza pela repressão e derramamento de sangue. Sangue dos excluídos e marginalizados.
A elite brasileira, sempre tentou resolver as consequências geradas pela criminosa concentração de renda através da repressão e violência. A questão social no Brasil sempre foi caso de polícia. Nunca foram tomadas medidas efetivas para acabar com a raíz do problema. Os escravos ganharam a liberdade e receberam como premio o abandono, os camponeses tiveram suas terras usurpadas pela grilhagem, os pobres das cidades foram expulsos, jogados nos guetos (favelas) sem nenhuma estruturas e apartados do meio considerado "civilizado". Diante deste contexto vergonhoso, foram estigmatizados de violentos, bandidos, marginais, maldosos, vagabundos.
O editoral da Veja foi escrito há 37 anos. Se mudarmos a data para o dia 01 de março de 2018 não será preciso mudar um vírgula. O texto é super atual, descreve de forma realista a realidade do Rio de Janeiro e do Brasil de hoje, do presente.
A NOSSA HISTORIA MOSTRA QUE A REPRESSÃO NÃO RESOLVE, É UM PALIATIVO. SÓ SERVE DE CORTINA DE FUMAÇA PARA CRIAR UMA FALSA SENSAÇÃO DE SEGURANÇA PARA UMA PARTE DA SOCIEDADE DITA "CIVILIZADA". SOMENTE A EDUCAÇÃO E A DISTRIBUIÇÃO DE RENDA SÃO CAPAZES DE TRANSFORMAR ESSA REALIDADE CAÓTICA QUE ESTAMOS VIVENDO.
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