REPORTAGEM QUE REVELOU CAROLINA MARIA DE JESUS AO BRASIL.
Com a capa estampando uma moça branca de biquíni, a revista O Cruzeiro 20 de julho de 1959 parecia como outra qualquer. Porém dentro daquela edição havia algo especial: matéria com uma escritora até então desconhecida. "Retrato da favelada no diário de Carolina". A revista apresentava para seus leitores a mineira Carolina Maria de Jesus.
CAROLINA MARIA DE JESUS FOI A PRIMEIRA MULHER NEGRA, POBRE, SEMIANALFABETA E MÃE SOLTEIRA A PUBLICAR UMA AUTOBIOGRAFIA.
BREVE HISTÓRIA
"23 anos de miséria na roça e 22 anos de miséria na cidade". (Carolina Maria de Jesus)
Sozinha na cidade grande e sem experiência, Carolina encontrava na sociedade "civilizada" todas as portas fechadas. Passou uma temporada morando nas ruas, até que conheceu outros miseráveis, que lhe estenderam a mão. Foi na favela que encontrou um pouco de solidariedade.
"A tontura da fome é pior que a do álcool, porque a do álcool faz cantar". ( Carolina Maria de Jesus)
A vida era dura e penosa, o pouco que ganhava como catadora de papel mal dava para o alimento dos filhos. Diante desse contexto de penúria, resolveu expor no papel seus sentimentos, a dura realidade a sua volta e tudo que lhe acontecia.
Entre os papéis que coletava no lixo, encontrava livros estraçalhados, revistas velhas. Lia tudo. Nascia a escritora que retratou como ninguém os tons negros da miséria. Das suas anotações nos cadernos, nasceu Quarto de Despejo, obra publicada em 1960.
LANÇAMENTO DO LIVRO QUARTO DE DESPEJO.
Quarto de Despejo é uma obra peculiar, especial, penetrante. Reproduz uma visão de mundo real, autêntico, pois a autora pertencia ao mundo sobre o qual escreveu.
A condição de vida de Carolina mudou depois do lançamento do livro. Infelizmente por pouco tempo já que faleceu em situação material desconfortável em 1977 aos 62 anos de idade.
Carolina através das anotações autobiográficas, revelou a triste realidade de sua comunidade invisível para sociedade. Através do seu livro escancarou para o Brasil e parte do mundo uma realidade imperceptível, ignorada pela sociedade dita "civilizada e pelo poder público.
"HÁ EXISTIR ALGUÉM QUE LENDO O QUE EU ESCREVO DIRÁ... ISTO É MENTIRA! MAS, AS MISÉRIAS SÃO REAIS". (CAROLINA MARIA DE JESUS)
Carolina nos deixou, mas sua voz que representa os invisíveis da sociedade ficou e continuará ecoando através dos seus manuscritos e do livro Quarto de Despejo.
A realidade escancarada por Carolina Maria de Jesus reluzira eternamente no sistema que a excluiu, tornando visível o invisível.
EPÍLOGO
Vale a pena conhecer a vida é os manuscritos de Carolina Maria de Jesus. Foi uma menina curiosa, uma mulher brilhante e corajosa. Suas citações apontam para amplos sentimentos e direções: são ingênuas, tristes, fortes, realistas, lindas, criticas e cheias de esperança. Leia! As palavras de Carolina vão tocar o seu coração 💖
HISTÓRIA EM FOTOS.
Casa de Carolina Maria de Jesus, favela Canindé-SP
Carolina Maria de Jesus e seus três filhos.
Carolina Maria de Jesus na favela Canindé-SP

☠️☠️SANDRO LUCAS ☠️☠️
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