Os séculos XV e XVI, caracterizaram-se por um conjunto de transformações que moldou a modernidade. Dentro deste contexto de mudança, podemos destacar a Renascença no campo cultural, a transição do Feudalismo para o Capitalismo nas relações econômicas, a formação dos Estados Nacionais no campo político e a Reforma Protestante no campo religioso.
O movimento reformista foi uma adequação ao novo mundo que aflorava-se fruto das efervescentes mudanças políticas, culturais e econômicas.
A REFORMA NA VISÃO DE KARL MARX
"Certamente Lutero quebrou a fé na autoridade, restaurando a autoridade da fé, libertou o homem da religiosidade exterior fazendo da religião a consciência do homem, libertou o corpo de suas cadeias carregando com elas o coração"
Segundo Marx, a Reforma protestante modificou o relacionamento do homem renascentista com a crença. A religião passou ser um objeto da consciência do indivíduo, dando-lhe a liberdade de adaptar-se a nova sociedade sem a angústia do pecado. Além disso, quebrou a corrente que o mantinha totalmente preso aos poderes ideológicos da Igreja Católica.
A REFORMA NA VISÃO DE MAX WEBER
"O único modo de vida aceitável por Deus não era o superar a moralidade mundana pelo ascetismo monástico, mas unicamente o cumprimento das obrigações impostas aos indivíduo pela sua posição no mundo".
"O ascetismo cristão, que de início se retirava do mundo para a solidão, já tinha regrado o mundo ao qual renunciaria a partir do mosteiro, e por mais da Igreja. Agora avançava para o mercado da vida, fechando atrás de si a porta do mosteiro; tentou penetrar justamente naquela rotina de vida diária, com sua metodicidade, para amoldá-la a uma vida laica, embora não para e nem deste mundo".
Para Werber, houve uma aproximação mútua do protestantismo e do capitalismo por afinidades que passaram a andar de mãos dadas moldando as relações sociais. Diante deste contexto, o trabalho tornou-se ponto central como forma de servir a Deus.
CONCLUSÃO
Levando em conta a visão de Marx e Weber, podemos concluir que o movimento reformista de Lutero e Calvino não foi um acontecimento isolado, resumido-se somente ao campo religioso, mas um processo atrelado ao novo mundo que configurava-se com o advento do capitalismo e aos valores da nova classe econômica, a burguesia.
MOVIMENTO ANABATISTA
Seria incoerente da minha parte falar sobre a Reforma Protestante e deixar de lado o movimento reformista do campesinato liderado por Thomas Munzer. A Reforma Luterana e Calvinista bateu de frente com com os poderes da Igreja Católica, mas não foi uma ameaça a nobreza e a burguesia. Ou seja, a classe laica dominante não foi afetada pelos reformistas, ao contrário, muitos deram apoio visando benefícios políticos e econômicos.
O Movimento Anabatista atrelado diretamente ao campesinato bateu de frente com a aristocracia, pois ao lutar pela democratização da terra, tornou-se uma ameaça concreta. A elite religiosa fazia e estava totalmente atrelada ao poder econômico e político. Diante disso fica fácil de adivinhar o posicionamento de Lutero perante ao movimento. Lutero temeu a apropriação dos menos favorecidos do seu programa teológico e legitimou a repressão. Os nobres sem dor na consciência massacraram sem dó e piedade os revolucionários anabatistas.
THOMAS MUNZER, LÍDER DO MOVIMENTO ANABATISTA.
☠️☠️SANDRO LUCAS☠️☠️
Ótima dissertação
ResponderExcluirObrigado Edelma! Abraço
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