"Nem nos calçados quero como lembrança à terra do maldito Brasil". Tanto que ao deixar o país bateu os sapatos para livrar-se do pó.
Nada melhor começar o texto reescrevendo as palavras de amor da Rainha Carlota Joaquina ao Brasil. A rainha de fato odiava o Brasil. Mais que o Brasil, D. Carlota Joaquina só odiava uma coisa: o marido D. João.
Aos dez anos, casou-se por procuração com D. João. Realizada por uma questão de Estado, a reunião foi vexatória desde o início: num dos primeiros encontros, a noiva mordeu ferozmente entre a orelha do noivo e jogou-lhe um castiçal no rosto. O casal só iniciou sua vida conjugal cinco anos depois do casamento, logo após a primeira menstruação da princesa. Na pratica, apesar dos longos anos de convivência, comportavam-se como monarcas inimigos. Ainda assim tivera nove filhos. Uma quantidade tão numerosa de filhos num casal que mal podia se olhar gerará muitas suspeitas. Além desse desinteresse mútuo, D. João e D. Carlota, tinham outra coisa em comum: ambos eram desprovidos de beleza.
"A mulher era quase horrenda, ossuda, com uma espádua acentuadamente mais alta do que a outra, um dos olhos miúdos, a pele grossa que as marcas da bexiga ainda faziam mais áspera, o nariz avermelhado. É pequena, quase anã, claudicante... uma alma ardente, ambiciosa, inquieta, sem escrúpulos, com os impulsos do sexo alvoraçados". (Fragmento tirado da obra de Octávio Tarquínio de Souza, História dos fundadores do Império do Brasil)
Pela descrição feita de D. Carlota Joaquina, dá para entender porque os historiadores luso-brasileira gostam de descrevê-la como uma bruxa.
Na verdade, D. Carlota Joaquina e D. João eram inimigos. Feia ou não, lutava pelos interesses da Espanha, tanto que conspirou com frequência contra o trono português. Ela e seu filho D. Miguel são suspeitos da morte de D. João VI por envenenamento.
D. Carlota Joaquina colecionava amantes, mandou matar a mulher de um deles e fumava a erva diamba, hoje conhecida como maconha. Ao sair pelas ruas do Rio de Janeiro, era acompanhada por um cortejo de seguranças que forçavam todos os súditos a se ajoelhar. Não foi boa mãe, nunca deu atenção ao príncipe herdeiro, D. Pedro. Seu filho favorito era D.Miguel, tido como filho do marquês de Marialva e inimigo de D. Pedro.
D. Carlota Joaquina morreu em Lisboa, aos 54 anos, sem jamais ter retornado a sua terra natal, sua amada Espanha.
Vou terminar deixando uma descrição de D. Carlota feita pelo escritor inglês William Beckford, que a conheceu e deplorava "suas incessantes intrigas de todos os matizes, seus caprichos extravagantes, seus atos desumanos de crueldade".
Da esquerda para direita temos:
1)_ D. Carlota Joaquina, recém casada com 10 anos.
2)_ D. Carlota em 1815, ainda Princesa-Regente do Reino Unido de Portugal, Brasil e Algarves.
3)_ D. Carlota em 1817, já Rainha do Reino Unido de Portugal, Brasil e Algarves.
A RAINHA MONTADA: D. Carlota Joaquina era uma amazona ousada, montava como homem e se vestia com roupas extravagantes.
☠️☠️SANDRO LUCAS☠️☠️
Muito in
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