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HISTÓRIAS DO TRÁFICO NEGREIRO

O RELATO HISTÓRICO ABAIXO, TIRADO DO LIVRO ESCRAVIDÃO DE LAURENTINO GOMES, ABRIU OS OLHOS DOS BRITÂNICOS PARA A CRUELDADE DO TRÁFICO NEGREIRO E SE TORNOU UM ÍCONE DO MOVIMENTO
ABOLICIONISTA.

Escravos abordo dos navios negreiros eram considerados uma carga como outra qualquer. No dia 6 de setembro de 1781, o navio inglês Zong, de Liverpool, saiu da África rumo à Jamaica com excesso de escravos a bordo.
Em 29 de novembro, no meio do Atlântico, sessenta negros já haviam morrido por doenças e pela falta de água e comida.
Temendo perder toda carga antes de chegar ao destino, o capitão Luke Collingwood decidiu jogar ao mar todos os escravos doentes ou desnutridos.
Ao longo de três dias, 133 negros foram atirados da amurada, vivos. Só um conseguiu escapar e subir novamente a bordo.
de forma cínica e desumana, o dono do navio, James Gregson, pediu indenização à seguradora pela carga perdida.
A empresa de seguros, em Londres, recorreu à justiça. Pelas leis inglesas, se o negro morresse a bordo por maus tratos, fome ou sede, a responsabilidade seria do capitão do navio. Se caísse no mar, o seguro cobriria.
Nesse caso, a justiça decidiu que a seguradora tinha razão. 


MICRO INFERNO 
NAVIO NEGREIRO
NAVEGAÇÃO DOLOROSA
CALVÁRIO
INFERNO ENVOLTO DE DOR
SOFRIMENTO
'HABITAT' DOS DESGRAÇADOS
ABANDONADOS POR DEUS

ATLÂNTICO, TRAVESSIA DA MORTE
COVA LÍQUIDA, COLETIVA
CADÁVERES PLAINANDO, TUBARÕES
DEGUSTANDO

HOMENS JOVENS, MULHERES GRÁVIDAS
CRIANÇAS
NUVEADOS DE FEZES, VÔMITOS, RATOS
CORPOS SEM VIDA
ODOR INSUPORTÁVEL
CONTÁGIO AMBULANTE
DISENTERIA, ESCORBUTO…
MORTE, MORTE

BANZO, SUICÍDIO, AFOGAMENTO
LIVRAMENTO DAS DORES
LIBERDADE
CÉU, PARAÍSO, SALVAÇÃO
DEUS IMPLORANDO PERDÃO
(POEMA-SANDRO LUCAS)



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