SERMÃO DO PADRE ANTÔNIO VIEIRA PARA UMA IRMANDADE DE ESCRAVOS DE UM ENGENHO NA BAHIA, EM 1633.
A mãe de Deus, antevendo esta vossa fé, esta vossa piedade, está vossa devoção, vos acolheu de entre tantos outros de tantas e tão diferentes nações, e vos trouxe ao grêmio da Igreja, para que lá, na África, não vos perdêsseis, e cá, no Brasil, como filhos seus, vos salvásseis. Este é o maior e mais universal milagre de quantos faz cada dia, e tem feito por seus devotos a Senhora do Rosário. Oh, se a gente preta tirada das brenhas da sua Etiópia, e passada ao Brasil, conhecera bem quanto deve a Deus, e a Santíssima Mãe, por este que pode parecer desterro, cativeiro e desgraça, e não é senão milagre, e grande milagre!
(PADRE ANTÔNIO VIEIRA)
A História da Igreja é abraçada pela contradição.
No caso da escravidão no Novo Mundo, essa prática em seus ensinamentos fica bem clara, cristalina.
A Igreja conseguiu associar uma prática devastadora, cruel, como a escravidão, com o cristianismo, que prega o amor, bondade, justiça, misericórdia e acolhimento do estrangeiro e do diferente.
A Igreja além de justificar a escravidão, se envolveu no comércio e na exploração de mão de obra escrava até meados do século XIX.
Para a Igreja, cabia aos escravos não apenas aceitar o sofrimento do cativeiro, mas se alegrar com a inestimável oportunidade que tinham de imitar os sofrimentos de Jesus no calvário.
SANDRO LUCAS HISTÓRIA
Nossa Senhora do Rosário dos homens pretos
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