Jesus de Nazaré era um revolucionário
Tinha o objetivo de combater a ocupação romana na Palestina e devolver a terra prometida ao seu povo, os judeus.
O lado revolucionário de Jesus foi ocultado, varrido, para debaixo do tapete da História. Depois da revolta dos judeus e da destruição do Templo de Jerusalém, levando a diáspora, a igreja primitiva tentou desesperadamente desvinculá-lo do nacionalismo que levou a terrível guerra.
Jesus foi moldado e tornou-se uma figura quase pró-Roma, que pede para dar a outra face ao inimigo, ao opressor, o soldado romano.
Dentro deste contexto, a culpa pela morte de Jesus recaiu sobre os judeus, não sobre os romanos. Pôncio Pilatos, um tirano cruel, sanguinário, segundo todos os relatos da época, torna-se quase um herói, isentando-o da culpa pela execução de Jesus.
Dois milênios depois o Jesus "divino" reina absoluta no imaginário da humanidade, soterrando completamente o Jesus da História, o Nazareno.
JESUS DE NAZARÉ ERA UM ZELOTA
Jesus de Nazaré era, em primeiro e último lugar, um judeu, um zelota. Zelo, entre os judeus do seu tempo, significava não só viver de acordo com as leis judaicas, mas lutar pela restituição do Reino de Deus, ou seja, de Israel, sob o comando dos judeus.
"Dai a César o que é de César e a Deus o que é de Deus". Essa fala de Jesus é um chamado a teocracia, um ato de subversão, de questionamento ao demônio romano na figura do imperador. Quando diz para dar a Deus o que é de Deus, ele se refere a terra santa, Israel, enquanto dar a César as moedas com sua face estampada era um jeito de dizer "fora romanos invasores, saiam de nossas terras".
JESUS DE NAZARÉ QUERIA SER REI
No episódio do Domingo de Ramos, Jesus deixa bem claro suas pretensões reais. Quando ele entrou triunfante em Jerusalém, montado em um burro, com ramos de palmeiras colocados no caminho pelo povo, que o saldava com "Hosana" (salve), buscava cumprir a profecia em Zacarias 9:9: "Alegra-te muito, ó filha de Sião; exulta; ó filha de Jerusalém; eis que o teu rei virá a ti, justo e salvador, humilde, montado sobre um jumento, e sobre um jumentinho, filho de jumenta."
Jesus estava clamando trono para si. O seu ato seguinte atacando revolto os comerciantes do Templo, era uma afronta direta à única autoridade dos judeus que restava, estava batendo de frente com poder dos sacerdotes, parte importante da estrutura de dominação de Roma.
Jesus não foi condenado por heresia, mas por conspiração, subversão.
"JESUS DE NAZARÉ, REI DOS JUDEUS" Essa inscrição na placa sobre sua cruz não foi piada, brincadeira, pegadinha, dos romanos.
O Jesus da História, zelota, humano, indignado, subversivo, revolto, não denigre em nada o Jesus "divino" (Cristo). Pelo contrário, torna-o mais épico, grandioso, adequado ao seu tempo histórico.
(Fonte - Livro Zelota)
SANDRO LUCAS HISTÓRIA
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